Megafone! CCM Conclusão + brasuca!

 

CCM Conclusão + Brasuca – Parte Final

Anos 90 e demais…

A década de 80 chegou ao fim, e de certa forma o contexto musical como um todo mudou. Entraram alguns novos estilos que ao compasso do que já tinha se emendaram ou se associaram com tais vínculos e ingredientes da música. A música eletrônica invadiria o espaço nas paradas, onde os artistas considerados pop´s se enquadraram nesta mistura. A força do hard rock presente na década passada teve um esfriamento geral devido ao aparecimento do Grunge Rock, bandas como Alice In Chains, Nirvana e Pearl Jam lideraram um pouco mais a cena. O lado da CCM que por sua vez se encontrava firme e inovador, mas que andava entre barreiras e dependendo do estilo eram excomungados, mantinha ainda no começo da década uma mesma pegada apresentada na década anterior. Veteranos da Jesus Music continuavam gravando, mas apenas o Petra ainda conseguia manter aquela maior popularidade, mas em tese comercial nada além do que discos gravados que mostravam maiores vendas que demais grupos antigos e mesmo em relação aos grupos mais novos. Amy Grant e Michael W Smith continuavam forte no cenário, e cada vez mais empregados ao lado Mainstream da coisa. Em 90 o Stryper teve um certo apagão aos valores cristãos com o belo trabalho musical de estúdio “Against The Law”. Tudo porque neste o quarteto teria deixado de certa forma a fé e a atitude de falar sobre Jesus nas letras, deixaram o visual preto e amarelo, tiraram o Isaiah 53:5 do logotipo e se auto intitularam como produtores do disco. Entretanto houve explicação dos irmãos Sweet para o fato, pressões comerciais e perseguições religiosas que condenavam a postura deles. Apesar de Against The Law ter sido muito aprovado pelos fãs musicalmente, não teve o mesmo fator na questão da fé. Dali em diante houve apenas o lançamento de uma coletânea com duas músicas inéditas, e em 1992 uma pausa definitiva desunindo o grupo, cada um seguindo sua rotina, apenas Michael Sweet que gravou alguns discos solos naquela década estava um pouco mais ativo na música. Mas em 2000 o Stryper voltou a se reunir reconciliados na fé, e depois dali muita surpresa veio e a banda está on nas paradas do rock cristão até os dias de hoje. Bride e Whitecross tiveram o papel de certa forma “substituir o Stryper”, gravando grandes hits no início da década, mas com o hard rock esfriado pelas novas tendências não demoraram muito para que ambas gravassem coisas mais alternativas e um pouco mais comerciais anos depois, e isso aconteceu também com diversas bandas cristãs, mas poucas continuaram devido a problemas de incentivo (patrocínio), dinheiro, ou pelo simples fato de integrantes não dedicarem suas vidas mais para música. O DC Talk que apareceu no finzinho da década anterior foi muito forte na seguinte e entrou com facilidade no cenário. Em meados de 91 surge um grupo cristão chamado Mortal trazendo uma proposta unânime dentro do cenário cristão, fazendo um rock pesado com as batidas eletrônicas do dance e da techno music, estilos estes que alguns cristãos tocaram anos mais tardes. Diante de um cenário gospel muitas outras coisas surgiram, entre eles grupos e cantores que se tornaram populares no meio cristão entre os anos 90 e depois dos anos 2000, como Rebecca Saint James, Third Day, News Boys, Hillsong, Jars Of Clay. A CCM na questão underground continuou bem ativa e continua até os dias de hoje, muitas bandas apareceram também, algumas com o caráter mais comercial, outras conhecidas apenas no cenário metal, punk, ou ao estilo underground que estão enquadrados. Grupos como Narnia, Seventh Avenue, MxPx, P.O.D, Demon Hunter, Rob Rock, Neal Morse, Living Sacrifice, Underoath e outros preenchem os estilos citados. O lado do metal mais extremo também apareceu com força naquela década, bandas como Tourniquet e Mortification davam as cartas no thrash e death cristão, onde também apareceram alguns grupos menos conhecidos como Believer e Detritus, mas relevantes aos estilos e com letras encarecidamente cristãs. Até o Black metal que tinha como objetivo fazer da cena metálica a mais podre possível, com letras 100% anticristãs, de adoração ao demônio, e contra toda regra moral e ética teve seu lado no meio cristão ganhando o nome de Unblack Metal, obviamente sendo o oposto nas letras que são referenciadas a redenção em Jesus Cristo Um estilo muito polêmico, diga-se de passagem, pelo visual adequado ao estilo (corpse paint, machados, correntes, cinta de balas) ou pela forma de que tocam metal extremo (cru e gritado), no entanto sendo armas de evangelho para chegarem como luz ao lado mais obscuro e underground do metal. Grupos como Antestor, Extol, Crisom Moonlight, Sabbatariam, Antidemon, Frost Like Ashes surgiram entre os anos 90 e durante a década de 2000.

Para quem quiser ouvir uma discussão legal, veja o SeedCast sobre Música Underground Cristã presente aqui no blog, onde alguns blogueiros, feras e amantes da música cristã discutem o tema em geral, com mais relevância no Brasil.

O grande Cornerstone Festival

Cornerstone Festival é um festival de música cristã visando a Jesus People USA, e realizado anualmente em torno do 04 de julho próximo a Bushnell, Illinois (E.U.A), criado em 1984 e também conhecido por C-Stone, onde em 1991 mudou-se de local na mesma cidade, em uma área maior agregando mais pessoas nos festivais. Foi praticamente um Woodstock para a música cristã, abrindo outras portas para bandas e artistas da CCM, nos mais variados estilos. Bandas e cantores mais antigos como  Larry Norman, Phil Keaggy, Daniel Amos, Rez, Petra tocaram diversas vezes. Grupos de white metal como Bride, Stryper, Whitecross, Tourniquet também passaram muitas vezes por lá. Em 2001 o selo M8 Distribuition realizou uma noite Hard/Metal trazendo de volta algumas bandas cristãs já “extintas” do cenário, entre eles  passaram novamente por lá Sacred Warrior, Recon, Deliverance, Daniel Band, Trytan e alguns outros que ainda estavam ativos na estrada. Apesar das filmagens amadoras, a M8 lançou entre emendas e imagens improvisadas em VHS e DVD o chamado de Retro Night Metal, e um cd de cada grupo que pisou naquele dia no festival também foi lançado. O Cornerstone continua firme e forte até os dias de hoje, sendo um festival que atrae um grande público cristão e não cristão, e com certeza foi e é usado pelas mãos de Deus usando as bandas para falarem do amor de Cristo para as pessoas presentes. Grupos da geração 2000 em diante também passaram e passam por lá como P.O.D, MxPx,  As I Lay Dying, Switchfoot, Anberlin e muitos outros.

 

Música Contemporânea Nacional!

Eu não poderia encerrar os fatos históricos da música cristã contemporânea falando sobre o que é nosso, o nosso Brasil. Mas dentre a história a música cristã no Brasil em si nos anos 60, 70 e parte dos 80 não teve a mesma repercussão que se teve nos E.U.A. Na parte II abordei sobre o Grupos Exodos, de pouco reconhecimento e sem incentivo de carreira, sendo a primeira banda de rock gospel nacional, muito críticada por sinal em meios evangélicos, pois imagine que no passado o conservadorismo musical, a religiosidade, os dogmas e as doutrinas eram muito mais expostas nas igrejas, e Deus ainda trabalhava o avivamento por aqui, embora nem todas igrejas se enquadrassem em tais práticas citadas. Com a vinda de missionários estrangeiros, principalmente batistas e presbiterianos americanos, igrejas protestantes adotaram muitos hinos de origem estrangeira, alguns com a influência americana do “gospel”. Hinários inteiros foram traduzidos e editados, como o “Salmos e Hinos”, “Harpa Cristã” e “Cantor Cristão”. A partir do final da década de 1960, grupos nacionais como Vencedores por Cristo (VPC), MILAD, Grupo Rebanhão, Grupo Logos, Grupo Elo e Grupo Life (de Asaph Borba) entre outros, começaram treinamentos de formação de músicos e viagens para divulgação, começando então a influenciar o estilo de músicas de todas as igrejas evangélicas do Brasil. Este estilo musical se populariza comercialmente no final da década de 1980, quando entram em evidência ministérios de louvor como Voz da Verdade, Shirley Carvalhaes, Koinonya, Katsbarnea, Adhemar de Campos, Vencedores por Cristo, entre outros. O rock ou Hard rock gospel nacional teve um restrito começo praticamente no começo dos anos 90, grupos como Fruto Sagrado, Oficina G3 e Resgate foram as principais que deram a cara de se misturar aqui no Brasil rock pesado com temáticas cristãs, embora cadenciassem suas músicas relevando este peso com louvores e canções que até se enquadrariam dentro das igrejas. Letras firmadas entre o cotidiano da vida, problemas sociais como drogas, discriminação raciais, falta de espiritualidade eram comuns de se abordar por eles, apontando a solução em tais letras sobre a liberdade de se render a Jesus Cristo e louvar o seu nome como único salvador. Há o boom do Neopentecostalismo com os discos gospel produzidos por Comunidades Evangélicas (CEs). Surgem os primeiros sucessos internacionais na música gospel brasileira, as primeiras inserções na mídia secular e os grandes ajuntamentos em eventos exclusivos de adoração. O Pentecostalismo e o Neopentecostalismo mostraram sua cara a públicos nunca antes imaginados por meio da gravação de discos ao vivo e o registro de ministrações com o Dom de línguas. As turnês internacionais de cantores e ministérios se tornam freqüentes, como o festival SOS da vida no começo dos anos 90, trazendo grupos como Bride e Whitecross. Tanto os brasileiros vão ao exterior; como os estrangeiros vêm em visita ao país. O gospel nacional passa a ter tiragens em outras línguas (inglês e espanhol) para atender a demanda do mercado latino. Surgem as primeiras bandas de Metal Cristão, além dos clãs familiares de cantores. Um fato muito bênção de Deus para nós cristãos e pra musica gospel foi a conversão de Rodolfo Abrantes (ex Raimundos), montando o grupo Rodox, que já tratava de assuntos sociais ligados a vida, sem palavras de baixo calão e com pitadas de evangelho por parte do Rodolfo, que hoje segue carreira solo na musica gospel brasileira declarando louvor e amor a Cristo. Muitos grupos e bandas surgiram no Brasil entre os anos 90 e 2000, na linhagem do gospel e da Contemporary Christian Worship (CCW), entre eles Grupo Novo Som, Aline Barros, Diante do Trono, André Valadão, Fernandinho, Renascer Praise e muitos outros. No entanto o lado underground cristão brasileiro ganhou algumas bandas também, mas não tendo a mesma síntesa, respaldo ou espaço dos demais citados (entenda na discussão do SeedCast sobre música underground dentro do Brasil). Entre eles Sunroad, Destra, Seven Angels, Antidemon, SkyMetal, Stauros, Calvário, Bélica, Getsamini, Ruptura, Eterna, e muitos outros.

CMF e Crash Church!

O CMF é um ministério da Igreja Renascer em Cristo criado nos anos 90 por Antonio Carlos Batista, o metaleiro líder e vocalista da banda Antidemon e fundador da Comunidade Zadoque (hoje chamada de Crash Church). O ministério é uma porta aberta com membros considerados undergrounds (metaleiros, punks, e pessoas que já tiveram ruins experiências com álcool, drogas, prostituição) a fim de alcançarem pessoas enquadradas nesta questão. O “erro” que se comete em torno deste ministério é de abordar que o mesmo é somente visando trabalhar o lado do rock e de promover ações somente ligadas à música pesada, mas o ministério em si visa trabalhar e resgatar para Cristo o lado obscuro da sociedade que seria o próprio lado underground, jovens roqueiros ou não presos a vícios, e a prostituição como um todo que podem ou não integrar alguns grupos como GLS, independente de qualquer classe ou opção, nova vida em Cristo é o alvo do ministério. O mesmo acontece na Crash Church do PR.Batista, um ministério ainda mais underground e também armado espiritualmente para lidar com a obscuridade. Mas em termos sonoros é claro que ambos os ministérios tem como forma de atração o som pesado, diversos estilos do metal, do punk, do hard core, ou da música underground extrema, o que certamente atraem mais pessoas que curtem o som pesado, e que já converteu para Cristo centenas de pessoas undergrounds no Brasil.

Galera aqui encerra toda trajetória da CCM agradecendo a todos que “perderam” seus preciosos minutos de vida para ler, podendo ver um pouquinho da CCM lá fora e uma prévia no Brasil. Não sou expert no assunto, mas com ajuda da própria net, do SeedCast e algumas leituras de anos a anos que fiz pude relatar um pouco sobre isso. Aguarde os próximos posts do Megafone que estarão bem legais e cheio de novidades também.     DAT 😀

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Bera

Sou um grande fã de música em especial Hard Rock, Metal, Rock Progressivo e Jesus Music. Um simples ser na jornada da vida, sempre procurando fazer a vontade de meu Pai Celestial!! ROCK OF AGES!!! \o/

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